Alzheimer, Velhice, Prioridades, Planeamento
A propósito do suicídio de um cidadão português, na sequência do seu acto tresloucado de assassínio da própria mulher, conforme relato no blog Murcon, uma vez mais, atribuo à ausência de planeamento - público e privado, do estado e empresarial - uma das mais sérias limitações ao desenvolvimento em e de Portugal .
Somos um país sem uma adequada definição de prioridades. Porque falta planeamento. Se tivéssemos uma lista exaustiva de tarefas, nas várias áreas de governo, seria possível escaloná-las e, sabendo-se da impossibilidade de as realizar todas ao mesmo tempo, seria exequível a sua ordenação por prioridade. Planear a sua realização e a definição dos recursos necessários. Muitas vezes, pela forma como as decisões vão sendo tomadas, parece que se delibera casuisticamente. De acordo com a sugestão do primeiro que abriu a porta do gabinete do primeiro ministro (este ou qualquer outro).
Já aqui referi, há largos meses, a obscenidade que representa o apoio do estado à colocação de bandas gástricas. Quando o estado não tem condições de realizar a cirurgia (parece que a lista de espera é de 7 anos), o doente (em muitos dos casos a palavra deveria estar entre aspas) pode recorrer a clínicas privadas. Ao que se dizia na altura o custo era de 8 500 € por intervenção.
Entretanto, os 46 mil doentes de Alzheimer sem qualquer tipo de assistência (dos 70 mil existentes em Portugal) - conforme foi publicado no Murcon (2006/05/16) -, continuam a não ter as condições de acompanhamento necessárias. Aqueles que por necessidade contactam, ao longo deste país, as entidades oficiais, identificam uma enorme ausência de instalações para acolher este tipo de doentes.
E, se é verdade que durante um certo período os familiares que tratam deste tipo de doentes, procuram encarregar-se dessa tarefa a sós, há muitos que, depois de dias e noites sem descanso, soçobram. São esses que desesperam quando não encontram vagas nas poucas portas que encontram abertas. Resta-lhes o seu próprio bolso (se ainda lá tiverem alguma coisa) para encontrarem (o que nem assim é fácil), o lar pago e nem sempre em razoáveis condições, ou o apoio domiciliário pago utilizado de forma intermitente, para que nos intervalos se possam recuperar as forças.
Sabe-se que um dos melhores negócios de hoje e do futuro é o que se liga à velhice. Como é habitual, o estado alheia-se da análise das causas que propiciam o negócio. Se o fizesse, saberia para onde deveriam ir as suas prioridades. E planearia a intervenção.
Somos um país sem uma adequada definição de prioridades. Porque falta planeamento. Se tivéssemos uma lista exaustiva de tarefas, nas várias áreas de governo, seria possível escaloná-las e, sabendo-se da impossibilidade de as realizar todas ao mesmo tempo, seria exequível a sua ordenação por prioridade. Planear a sua realização e a definição dos recursos necessários. Muitas vezes, pela forma como as decisões vão sendo tomadas, parece que se delibera casuisticamente. De acordo com a sugestão do primeiro que abriu a porta do gabinete do primeiro ministro (este ou qualquer outro).
Já aqui referi, há largos meses, a obscenidade que representa o apoio do estado à colocação de bandas gástricas. Quando o estado não tem condições de realizar a cirurgia (parece que a lista de espera é de 7 anos), o doente (em muitos dos casos a palavra deveria estar entre aspas) pode recorrer a clínicas privadas. Ao que se dizia na altura o custo era de 8 500 € por intervenção.
Entretanto, os 46 mil doentes de Alzheimer sem qualquer tipo de assistência (dos 70 mil existentes em Portugal) - conforme foi publicado no Murcon (2006/05/16) -, continuam a não ter as condições de acompanhamento necessárias. Aqueles que por necessidade contactam, ao longo deste país, as entidades oficiais, identificam uma enorme ausência de instalações para acolher este tipo de doentes.
E, se é verdade que durante um certo período os familiares que tratam deste tipo de doentes, procuram encarregar-se dessa tarefa a sós, há muitos que, depois de dias e noites sem descanso, soçobram. São esses que desesperam quando não encontram vagas nas poucas portas que encontram abertas. Resta-lhes o seu próprio bolso (se ainda lá tiverem alguma coisa) para encontrarem (o que nem assim é fácil), o lar pago e nem sempre em razoáveis condições, ou o apoio domiciliário pago utilizado de forma intermitente, para que nos intervalos se possam recuperar as forças.
Sabe-se que um dos melhores negócios de hoje e do futuro é o que se liga à velhice. Como é habitual, o estado alheia-se da análise das causas que propiciam o negócio. Se o fizesse, saberia para onde deveriam ir as suas prioridades. E planearia a intervenção.
1 comentário:
Não consegui ficar indiferente ao post do Murcon e ao seu comentário/post, relativamente ao problema dos doentes de Alzheimer em Portugal. Por isso e por ser um assunto de uma prioridade absoluta, decidi postar no meu blog com as devidas referências.
São dois textos de uma realidade assustadora e ninguém parece dar a devida importância. Quanto ao Estado, sabemos como funciona e não temos motivos de orgulho...
Obrigado pela partilha.
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