Uma pílula difícil de engolir
Em notícia publicada aqui refere-se que a pílula do dia seguinte diminuiu o seu consumo desde Julho de 2007, em cerca de 7% (7 000 unidades). A coincidência, de ter sido naquele mês que se legalizou a recorrência ao aborto, motiva uma eventual relação entre os dois factos. É aceitável o raciocínio.
Menos aceitável, é o comentário de um responsável da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, de seu nome, Daniel Pereira da Silva que afirma o seguinte: “É um bom sinal, que pode significar um menor recurso a métodos de emergência quando as mulheres estão na dúvida de poderem estar grávidas. Pode significar também que as mulheres estão mais tranquilas porque agora têm acesso a meios de saúde pública”.
Perante aquela afirmação interrogo-me: então é preferível um aborto a uma pílula? E a pílula não é um meio de saúde pública?
Por outro lado, ao Estado não sairia mais barato, a distribuição gratuita da pílula a quem dela necessitasse (custa cerca de 10€), evitando o custo de um aborto?
E, à mulher, não seria mais saudável e menos traumático, física e psicologicamente, o uso de uma pílula para evitar um aborto?
Faço um apelo. Alguém me explique se estou errado. É que as declarações daquele responsável são uma pílula difícil de engolir.
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