sábado, setembro 29, 2007

Distracções úteis

Fiz um inventário daquilo que tem ocupado, na última semana, televisões, rádios, jornais, internet e blogues. São as eleições no PSD, a selecção portuguesa de râguebi, o milagre de Fátima, a “ressurreição” de Santana Lopes, o castigo de Scolari, o desemprego de Mourinho, a Cimeira Europa-África, o duplo suicídio por amor, a ditadura em Myanmar, o assassínio de homossexuais no Irão e, por último a crise no mercado financeiro. Não dei grande importância às sagas Maddie e Esmeralda. Outros capítulos virão. E não achei estranho o silêncio sobre os processos Casa Pia e Apito Dourado. Na verdade estamos aqui. Porquê estranhar?

Mas, neste emaranhado, a que funcionou, para mim, como um sino foi a posse do
novo Director Geral das Contribuições e Impostos. É que lembrou-me o IVA. Que, nos últimos anos, teve dois aumentos. O último em 2005, com a promessa de que só estaria em vigor até 2009. O primeiro, no orçamento rectificativo de 2002. Ambos com o objectivo de integrar um conjunto de medidas destinadas à contenção do déficit.

Ora, de acordo com as projecções do Governo, o déficit previsto para 2008 estará dentro dos limites determinados pela UE. Sendo assim, será que o Orçamento para 2008, irá contemplar a baixa do IVA para 17%, eliminando os dois aumentos de 2%+ 2% por falta de razão para os manter?

Na verdade, tem sido muito útil manter distraído os portugueses com tantos acontecimentos. Útil para o Governo. Quem é que no meio de tanta notícia se vai lembrar de que as razões que motivaram a subida do IVA, não existirão em 2008?

sexta-feira, setembro 21, 2007

Dúvidas e Sujidade

Não contesto a qualidade de Mourinho enquanto treinador. Aliás, pela reacção de adeptos, jogadores e até adversários, Mourinho terá elevadas aptidões enquanto líder que confirmam os títulos que tão rapidamente conquistou. No entanto, como é possível gastar tanto dinheiro para afastar um simples treinador de futebol? Aplicado em jogadores não seria um melhor investimento? Será que Mourinho vai passar a usar luvas, sempre que mexer nesse dinheiro?

Não contesto a sanção aplicada a Scolari pelo seu irreflectido gesto de tentativa de agressão. Julgo que a justiça se faz muito pela adequada graduação da pena, ao acto em julgamento. No entanto, será que Gilberto Madaíl estava, seriamente, convencido de que a pena seria apenas uma advertência? Ou, pasme-se, a absolvição? A eventual disponibilidade de Mourinho para um período sabático no comando da selecção (que, talvez, lhe desse muito jeito!) é a origem de uma perceptível mudança de atitude quanto à continuidade de Scolari? Será que nessa hipótese, Scolari usaria luvas para cumprimentar Madaíl?

Não contesto a qualidade futebolística de Cristiano Ronaldo. Tão-pouco, a importância económica de tudo o que lhe diga respeito. Para o clube onde presta serviço; para a selecção portuguesa; para a felicidade dos que gostam de o ver jogar; para os produtos que publicita; para os jornais que ajuda a vender; para as revistas que alimenta. Estes últimos, nem sempre por razões de futebol. No entanto, como é possível haver notícias que são arredadas do conhecimento da opinião pública e que dizem respeito à acção de Ronaldo enquanto futebolista? Como é possível que exista um cartel que se une para não dizer uma palavra sobre o assunto? Li
aqui ( jornal A Marca) as notícias de uma investigação sobre uma suposta agressão de Ronaldo a um espectador do Everton (no último sábado), que não encontrei em nenhum jornal português! Não ouvi nada na rádio! Não vi nada na televisão! Será que estou enganado? Ou, tenho de, futuramente, ler os jornais, ligar o rádio e pegar no comando da televisão com luvas?

quinta-feira, setembro 13, 2007

Saldanha Sanches e Scolari

Ouvi, hoje no RCP, um comentário do Dr. Saldanha Sanches que me deixou boquiaberto. Sempre prestei muita atenção ao que, por ele, era dito e escrito. E, mesmo se não concordava com as suas análises, estas pareciam-me reflectir o pensamento de um homem que, sem comprometimentos, dizia o que lhe parecia certo. Via-o, como um paladino do cumprimento da lei e, nomeadamente, das obrigações para com o Estado da parte de governos, autarquias, grupos de interesses e demais cidadãos.

Hoje, rebobinei todo o passado.

Então não é que, o dito senhor, entende que o IVA não ser pago pelos partidos políticos é algo, perfeitamente, aceitável pois, para ele, como é o Estado que deve subsidiá-los é indiferente ser dessa maneira ou de outra qualquer! Que grosseria de raciocínio para especialista em direito fiscal e um moralista da nossa praça comentadora.

Vejamos. O financiamento aos partidos políticos está definido em lei ser realizado na base dos votos obtidos. Ou seja, quem tiver mais votos maior subsídio obtém. O “financiamento indirecto” realizado através do IVA não cobrado é dependente do valor das despesas realizadas por cada partido. Assim, por absurdo (que serve para realçar a verdade), poderá um partido sem um único voto receber indirectamente, através do IVA não cobrado, um “financiamento” do Estado. Retirando o absurdo, a situação continua muita anómala quando, por exemplo, um partido com poucos votos e que resolva gastar em abundância na sua campanha eleitoral, passar a ter um apoio que mutila a lei em que assenta o financiamento dos partidos.

Num dia, em que julguei que a minha indignação maior seria resultante da atitude destemperada de Scolari, fui completamente trucidado pelas declarações do Dr. Saldanha Sanches. Quase desejei que fosse ele o Dragutinovic. Aí, perdoaria ao Scolari!

quarta-feira, setembro 12, 2007

Uma ideia interessante

Se tem interesse em boas ideias para a baixa do Porto, então, tem aqui
uma ideia interessante. Direi mesmo, brilhante.

Desporto de Selecções

Hoje apetece-me escrever sobre desporto. Falar das nossas selecções. Da menos para a mais importante. Râguebi, Basquetebol e Futebol.

De râguebi sei muito pouco. Talvez por isso, não valorizo muito a participação – da nossa selecção amadora - no campeonato do mundo. Acompanhei o primeiro resultado e o meu entusiasmo mantém-se pequeno. Fizemos um ensaio e dois pontapés. Tudo na primeira parte. Só estranho o regozijo quase geral! Será por um jogador português ter partido o nariz? Isso contará para a classificação? Ou, como acontece no mundo empresarial, nada melhor que uma campanha de marketing para esconder um resultado negativo.

De basquetebol sei o suficiente para não compreender o pouco relevo que a comunicação social tem dado a um comportamento meritório – da nossa humilde selecção - no campeonato europeu. Como se trata de um jogo, o objectivo é a vitória e Portugal já conseguiu duas. Tal como acontece no mundo empresarial, há muitas pequenas e médias empresas que têm resultados positivos, pagam os seus impostos e, raramente, são referenciadas como empresas notáveis. Falta o marketing!

De futebol sei um pouco mais. Culpa dos meus pais que me deram sempre bolas esféricas e nunca tiveram casa com pé-direito para uma tabela de basquetebol! Daí que discorde dos comentários que aí vão surgindo sobre o comportamento - da nossa magnífica selecção – na qualificação para o campeonato europeu. De Scolari dizem que tem errado. Nas escolhas e na táctica! Dos jogadores dizem que têm falhado! Da entrega ao jogo dizem poder ser melhor. Até há quem lhes chame “amélias”. Não perdeu apenas um jogo? Não continua com possibilidades de se qualificar? Será inveja dos altos ordenados que usufruem? Será que, tal como acontece com algumas empresas que muito contribuem para engrandecer o nome e o cofre dos impostos de Portugal, há sempre uns “entendidos” desejosos de uma derrota que justifique a sua visão medíocre de que, afinal, talvez não mereçam o que ganham? As empresas e quem nelas trabalha. Todos.


Pronto. Já falei de desporto. Restam os parabéns para a equipa de basquetebol que já terminou a sua tarefa. E os desejos de vitória – a Sérvia é difícil - para a equipa de futebol. E para a equipa de râguebi, uma derrota, se possível inferior à da Itália, no jogo com a Nova Zelândia.