terça-feira, junho 10, 2008

Democracia? Onde está ela?

Será possível afirmar que um país vive em democracia, quando a Lei, a Ordem e a Justiça não são aplicadas pelas entidades que detêm o poder outorgado pelos cidadãos e a autoridade que os seus cargos lhes conferem?

Sim, estou a falar do Presidente da República, do Governo, das forças policiais e militares! É que, o que se está a passar com o boicote aos transportes de carga, imposto, por aqueles que entendem não dever circular, aos que pensam de modo diferente, é um sinal de que Portugal e Espanha estão longe de um regime democrático!

Não basta ter eleições livres. Deputados que nos representam. Autarcas que se ocupam do pedaço de terra onde vivemos. É indispensável sentir o conforto de que os governantes fazem da coragem um dos seus parâmetros de actuação.

Como as notícias e imagens o demonstram, há medo de um conjunto de arruaceiros. Que nem se sabe quem são e a soldo de quem actuam. Dizem-se motoristas! Ao serviço das suas empresas!

Será?

segunda-feira, abril 28, 2008

O PSD e os portugueses.

O maior problema do PSD estará em fazer a escolha do seu futuro líder, esquecendo que, a procura daquele, deveria ter em vista o que pensam os portugueses que votam no PSD. Nas últimas eleições foram 1 650 000.

Quando ouço alguns responsáveis do PSD (como hoje Marco António na SIC-N), fazerem um enorme ênfase na opinião das bases, denotando uma visão pobre, porque interna ao partido e regional, da importância nacional da eleição do líder do PSD, fico com a sensação de que o partido não tem cura.
Se assim for, em 2013, nem o PS será o mesmo. O leque partidário sofrerá uma significativa alteração.

quinta-feira, abril 24, 2008

Tiros certeiros (semana 16/2008).

Uma lista de interessantes artigos, publicados, esta semana, em blogues:

Classe Média dos EU sob pressão no Visto da Economia
Lá, tal como cá... no Rosamármore
O falhanço do Governo Sócrates n’O Insurgente
(Des) Acordo na Educação no Clube dos Pensadores
O Paraíso e a Gestão no Obvious
Punk marketing. Suplemento. No Origem das Espécies

Boa Leitura!

domingo, abril 20, 2008

Ser justo pode ser injusto

O Presidente da República produziu um enorme elogio a Alberto João Jardim. Na sequência, aliás, do que fez o Presidente da Assembleia da República. Logo, se as duas mais altas figuras do Estado o fazem, eu devo aceitar que a obra existe e é de facto muito positiva. E, por isso, será justo o elogio. Nem sequer, ousarei pôr em dúvida se, com os meios meios financeiros, alguém faria melhor. Foi Alberto João Jardim o, legitimamente, escolhido pelo povo madeirense, para usar os dinheiros que o Estado lhe concedeu. Também estes de forma legítima.

A única coisa que posso pôr em causa é a renúncia de Cavaco Silva a, de alguma forma, se insurgir contra a falta de educação e de respeito democrático que, tendo por base a sua visita, o Presidente do Governo Regional, teve para com os deputados da Madeira, também eles legitimamente eleitos. E, não o fazer, é injusto quando se está a apreciar o desempenho de Alberto João Jardim.

Seria o mesmo que a Federação Portuguesa de Futebol, fazer um jantar de homenagem a João Pinto, um brilhante jogador e com obra feita ao serviço da selecção e esquecer a sua folha disciplinar, nomeadamente, o murro a um árbitro, estando ao serviço da selecção do seu País.

Por maior que a obra seja nunca esconde os defeitos do seu artífice.

quarta-feira, abril 09, 2008

Um perdão imperdoável!

Li aqui que um conjunto de credores perdoou parte das dívidas da Câmara Municipal de Lisboa num montante conjunto muito significativo: 12 Milhões de euros. Achei estranha tamanha filantropia até ler no Blasfémias uma interessante explicação sobre algumas das entidades.

Fiquei então a saber que o 1º, 4º, 5º e 6º principal credor, são empresas total ou parcialmente detidas pela Câmara. Logo, à diminuição da dívida da Câmara, corresponde um prejuízo na empresa credora, o qual virá mais tarde a ser coberto pela Câmara. Ridículo.

Soube ainda, que no lote de “filantropos” estão empresas em que o Estado detém grande influência: EDP, CGD e PT. Que nada perdoam a cidadãos incumpridores. Vergonhoso!

E soube mais. Do lote fazem parte 6 empresas de construção. As quais ou estão a perdoar o que levaram a mais, ou, em antecipação, estão a melhorar a avaliação das suas propostas futuras para as obras que se avizinham. Em Lisboa e no País. Descaramento!

Quem não perdoa sou eu. Estupor de gente!

segunda-feira, março 31, 2008

Estou espantado!

Não pretendo ser a antítese de Nicolau Santos. Este entende, quase sempre como muito bom, o que fazem os gestores da PT e os seus “braços armados” (ZON, TVCABO, TMN, etc.). Mas, não resisto, uma vez mais, a falar deste “polvo”, a propósito de uma notícia lida aqui.

Sei que a PT é, actualmente, uma empresa privada. Herdeira de um monopólio estatal, base de todo o seu desenvolvimento. Muito mais do que da excelência dos seus gestores. Dos seus accionistas faz parte o Estado. Directamente, através de uma “golden share”. Indirectamente, através da CGD com uma participação significativa no capital. Como é possível, então, que o Governo permita, aceite, concorde com o escândalo de se remunerarem, extraordinariamente, os administradores executivos (e não só, pois é preciso calar a boca a mais uns tantos!) numa quantia de cerca de 5 milhões de €? Por terem ganho a OPA? Mas, trabalhar para isso não era a sua obrigação? E, onde estão as notícias de primeira página? E, onde estão as aberturas dos jornais televisivos? E, onde estão os comentadores habituais? E, onde está Berardo - accionista da PT - tão incomodado, e bem, com as remunerações do BCP?

Falta saber se, os gestores que transitaram para a ZON, acumularam o prémio com a choruda indemnização (conforme se refere aqui) para mudarem a entidade no cartão-de-visita! Se assim foi, percebo as hesitações deste homem. Para quê trabalhar?

Por último, entendo esta decisão. Henrique Granadeiro estará muito cansado! Não é impunemente que alguém ganha – como presumo - tanto dinheiro em menos de dois anos. Sim, foi esse o tempo que ele esteve na presidência da PT!

Espantado? Eu também!

quinta-feira, março 27, 2008

O vício português dos eufemismos.

Em Portugal há um vício permanente de uso de eufemismos. Há uma propensão natural à suavização dos factos quando a autoridade é maltratada. Nesta notícia, onde se lê transferência, deveria ler-se expulsão ou, no mínimo, transferência compulsiva. Para se distinguir dos casos de simples transferência a pedido dos pais do aluno e que não configuram uma pena por comportamento indevido.

Curiosamente, em relação ao aluno que filmou a cena, há quem lhe chame “voyeurismo”. Ou seja, agravam a atitude do aluno, usando uma expressão que não me parece aplicar-se naquele caso. O aluno filmou, a descoberto, com a participação na “encenação” de colegas. É uma atitude contrária à referida em cima.

De certa maneira, suaviza-se o facto mais sério e agrava-se o comportamento menos grave! A quem interessa isso?

quarta-feira, março 26, 2008

Descidas.

O deficit orçamental em 2007, apresentado hoje pelo Governo, representa um resultado muito bom. Sejam quais forem, as variáveis que mais contribuíram para o resultado de 2,6%. De certo, muito terá ficado por fazer ao nível do controlo da despesa, mas, existiu a habilidade de compensar isso, com acréscimos de receitas, ou seja, de impostos. Um êxito, deste Governo, esta descida tão forte dessa variável que, desde há longos anos (começou com Guterres), tem atrapalhado o País e sido usada como justificação de todos os sacrifícios.

Um dos impostos que ajudou ao resultado, foi o aumento do IVA em 2005 de 19% para 21%. Esse sacrifício foi então justificado pelo valor do deficit de então – 6,1%. Anunciado como uma medida transitória até 2009, ano em que se admitia chegar a um nível de deficit igual ou inferior a 3%. Assim, o valor anunciado, hoje, de descida para os 20%, é uma descida insuficiente. E não justificável, excepto por razões de estratégia política. A seu tempo – o próximo orçamento? – terá nova descida de 1%.

À volta da descida do IVA, outra reflexão deverá ser feita. Recentemente (2008/03/14), o 1º Ministro afirmou, aqui, que aqueles que falam em baixar impostos, “demonstram uma grande leviandade e irresponsabilidade”. Então, ou o 1º Ministro mentiu há doze dias atrás (a descida do IVA teria de estar analisada e preparada há bastante mais tempo), ou desconhecia o possível nível do deficit e as condições actuais da economia portuguesa e, nesta circunstância, é incompetente.

Qualquer uma daquelas hipóteses, confirma a descida do 1º Ministro na escada que conduz alguns políticos (poucos) ao patamar de estadista.

quinta-feira, março 20, 2008

A ZON (A) da vergonha

A Zon Multimédia é o novo nome da PT Multimédia. A PT Multimédia era uma divisão da PT. Após a OPA da Sonae sobre a PT, foi decidido pela Autoridade da Concorrência, que a PT deveria separar as duas áreas. Para bem dos consumidores.
Isso aconteceu, apesar de os accionistas serem os mesmos e a estratégia, para as duas empresas, poder ser concertada. Para mal dos consumidores.
Os trabalhadores e gestores da empresa com novo nome, são, de uma forma geral, os mesmos. O local de trabalho é, também, o mesmo. Então o que justifica esta notícia? E o Governo (que detém uma Golden Share na PT) aceitou? E o accionista CGD (banco do Estado) aceitou?
Pouca vergonha!

sábado, março 15, 2008

Sexo ao ar livre

Li, aqui, que a polícia holandesa propôs, a partir de Setembro, a liberalização de sexo em parques públicos, dando sequência ao que já acontece em alguns, como o Vondelpark – o Parque Eduardo VII de Amsterdam – onde o sexo gay nocturno é habitual.

O que mais me impressionou na notícia, foi o relato de um responsável político da cidade. Afirmou, segundo a versão portuguesa, que a razão para a liberalização estava na impossibilidade de impedir o que já é prática. A versão inglesa – que se pode ler aqui -, é um pouco mais explícita do pensamento do dito político. Diz ele: “Why should we try to impose something that is actually impossible to impose, which also causes little bother for others and for a certain group actually means much pleasure?".

Este raciocínio erra ao classificar o aborrecimento. Define-o como pequeno, o que poderá ser verdade para alguns. Para outros, será grande. Por outro lado, pela mesma ordem de ideias, muito do que hoje é considerado crime, teria de ser aceite, impunemente, pela sociedade! Assim como, deixaríamos de lutar contra a pedofilia, o comércio de seres humanos, a venda ilegal de armas, o tráfico de droga, a violência doméstica, etc. só porque estas existem e tem sido impossível bani-las?

Não sei se iremos ver, no futuro, em Portugal, políticos a defenderem esta “causa fracturante”. Se tal acontecer e vier a ser aprovada, voltaremos à Antiga Roma, onde era habitual o “latrinarium”, local público onde se defecava em conjunto. Sugiro que, por semelhança linguística e, para assinalar bem o local, se substitua a palavra “jardim” ou “parque” por “fodarium”. Seria bonito ouvir: “O Fodarium Eduardo VII”, “O Fodarium da Estrela”, “O Fodarium de Paranhos”, “O Fodarium da Cidade”.

O Mundo é uma surpresa permanente!

segunda-feira, março 10, 2008

Uma oportunidade a não perder.

Camacho saiu. Acho que nunca deveria ter vindo. E, esta saída, prova o enorme erro de Luís Filipe Vieira, ao mandar embora Fernando Santos, com a época já a desenrolar-se. Vejo, neste vazio, uma enorme oportunidade para a definição da estratégia futura do futebol do Benfica, Principalmente, pelo momento em que ocorre.

Evita a especulação, no final da época, sobre: “o Camacho, fica ou sai?”. Permite uma renovação psicológica, útil para os desafios de final de época (2º lugar, taça e, porque não, continuação na Taça Uefa). Determina uma tempestiva organização da área do futebol do SLB: escolhendo o responsável directo pela área; determinando objectivos realistas globais para os vários escalões; definindo a política de contratações; encontrando o técnico adequado à organização, política e objectivos; repensando a equipa clínica e de preparação física e, sobretudo, fazendo guerra aos adversários principais (FCP e SCP) apenas no campo. Jogando melhor futebol. Demonstrando mais disciplina. Exibindo maior vontade em ganhar.

As dificuldades, abrem, quase sempre, janelas de oportunidade. Aproveitem.

P.S.: Por falar em aproveitar, contactem o Co Adriaanse. Treinador disciplinador (indispensável), com mentalidade atacante (essencial) e sóbrio com a comunicação social (útil). Está sem clube (ao que julgo saber) e tem uma obra no FCP que, ainda hoje, é a base do êxito de Jesualdo Ferreira.

terça-feira, março 04, 2008

Uma pílula difícil de engolir

Em notícia publicada aqui refere-se que a pílula do dia seguinte diminuiu o seu consumo desde Julho de 2007, em cerca de 7% (7 000 unidades). A coincidência, de ter sido naquele mês que se legalizou a recorrência ao aborto, motiva uma eventual relação entre os dois factos. É aceitável o raciocínio.

Menos aceitável, é o comentário de um responsável da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, de seu nome, Daniel Pereira da Silva que afirma o seguinte: “É um bom sinal, que pode significar um menor recurso a métodos de emergência quando as mulheres estão na dúvida de poderem estar grávidas. Pode significar também que as mulheres estão mais tranquilas porque agora têm acesso a meios de saúde pública”.

Perante aquela afirmação interrogo-me: então é preferível um aborto a uma pílula? E a pílula não é um meio de saúde pública?

Por outro lado, ao Estado não sairia mais barato, a distribuição gratuita da pílula a quem dela necessitasse (custa cerca de 10€), evitando o custo de um aborto?

E, à mulher, não seria mais saudável e menos traumático, física e psicologicamente, o uso de uma pílula para evitar um aborto?
Faço um apelo. Alguém me explique se estou errado. É que as declarações daquele responsável são uma pílula difícil de engolir.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Falta de credibilidade

Três figuras do estado português – Cavaco Silva, José Sócrates e Teixeira dos Santos -, pronunciaram-se sobre a actual crise financeira e a possibilidade de esta arrastar um difícil período económico para os países da UE. O Presidente da República, apoiado nos sólidos conhecimentos sobre a matéria, não teve qualquer dúvida em salientar que os efeitos negativos chegarão a Portugal; o Ministro das Finanças, socorrendo-se das privilegiadas informações que o seu cargo implica, deixou claro que a crise também chegará ao nosso país, mas que este está razoavelmente preparado para diminuir o seu impacto; O Primeiro-Ministro, sem apoio em conhecimentos económicos específicos e sem análise profunda das informações ao seu dispor, fez o que lhe vem sendo habitual: um spot publicitário sobre a excelência da sua governação. A qual, segundo ele, preparou o país para um eventual embate com a crise! Será que Sócrates ainda acredita ser credível junto dos portugueses? Depois de tanta promessa não cumprida? Julgará, ele, ter o passado adequado para fazer a gestão de expectativas dos agentes económicos?

terça-feira, janeiro 15, 2008

Mudança de título do Prós e Contras.

É tão frequente a ida de ministros e secretários de estado em dificuldades ao Prós e Contras (provavelmente a pedido do Governo) que julgo estar desactualizado o título do programa. Por isso, sugiro alguns nomes mais apropriados:

1 - Nós e os Outros;
2 – Tomai lá do Governo!
3 – A grande farra;
4 - Peça que o Governo transmite;
5 – O Planeta dos Macacos;
6 – Limpeza Total

Qualquer deles é mais explícito quanto aos objectivos do programa.

domingo, janeiro 13, 2008

Jerónimo de Sousa sobre o Benfica?

Afirmou Jerónimo na Anadia:
"Lá, no nosso partido, dizemos que: quem luta, nem sempre ganha; quem não luta, perde sempre".
Grande verdade. A ser analisada na Luz!

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Uma mentira, uma traição, uma covardia.

A decisão de não referendar o Tratado Europeu revolta-me, pela mentira. Enoja-me, pela traição. Entristece-me, pela covardia.

A revolta, surge da mentira descarada de José Sócrates. Para justificar a sua atitude, diz que a sua promessa de referendo foi em relação a um outro tratado. Mente e tenta fazer de nós estúpidos. Trata os portugueses como mentecaptos. Todos, inclusive os apoiantes do PS. Como pode Portugal progredir com um 1º Ministro assim? O carácter já não conta? A seriedade moral já não é uma virtude?

O nojo, advém da traição de Filipe Menezes aos votantes no PSD nas últimas eleições. Que votaram neste partido com a convicção de que, o referendo definido no seu programa eleitoral, seria defendido, mesmo que houvesse mudança de líder. Quem se julga este homem para rasgar compromissos que são o principal cimento da continuidade partidária? Como pode Portugal progredir com um líder da oposição assim?

A tristeza, tem motivo na covardia de Cavaco Silva. Com receio de que o referendo – instrumento que, justiça lhe seja feita, nunca apoiou - pudesse ser não vinculativo ou, na pior das hipóteses, rejeitasse o tratado, colocou de parte uma das mais importantes ideias que defendeu na sua campanha eleitoral: a da sua exigência quanto ao cumprimento das promessas dos políticos, como forma indispensável de moralizar a política. Ora, Cavaco Silva – em quem votei – tem plena consciência da forma grosseira como os políticos ultrapassaram esse princípio ético. Como pode Portugal progredir com um Presidente da República assim?

Fica uma última pergunta: Porque não se uniram estes três responsáveis pelo nosso pobre país e, decidindo fazer um referendo, usarem todos os meios para convencerem os portugueses a ir votar, explicando o quanto é indispensável estar na União Europeia e, por isso, dizer sim ao tratado?

Portugal arrasta-se, empurrado por políticos incompetentes, para o abismo. A esperança de um país melhor esvai-se. Vivemos de aparências, até à falência final. Os sonhos do pós 25 de Abril, do pós adesão europeia, lentamente vão saindo da memória. Será que esta é a democracia defendida pelos nossos pais? Será que esta é a democracia que deixaremos aos nossos filhos? Se é, pobres filhos.